"Joal" in Santa Barbara

Saturday, February 23, 2008

Experiência eleitoral: se a abstenção "elegesse" deputados...

Li, há uns dias atrás, um artigo no diário económico sobre o actual afastamento entre eleitores e eleitos. Elaborava o cronista sobre alterações no sistema eleitoral, circúlos uninominais, criação de duas camaras, etc.

No meu caso pessoal, tenho alguma simpatia com circulos uninominais, a duas voltas, embora me desagrade um pouco o bipolarismo que daí resulta (não total como no caso inglês ou americano, mas algo mitigado como no caso frances, que é o caso em que tais regras se aplicam).

O cronista no fim acerta na mouche. Referia, algo que acho iria realmente aproximar os eleitos dos eleitores, tornar a abstenção um factor na atribuição de lugares.

No sistema actual, os deputados não têm reais incentivos em fazer um trabalho virado para os seus eleitores. Votem muitos ou poucos, os lugares a preencher são os mesmos e as proporções de votantes em cada partido não irão alterar-se muito (com alguma variação em partidos mais militantes, mas nada de especial, creio).

A alteração desse esquema de incentivos e a colocação dos lugares (vulgo "tachos") em jogo pela performance passada (como o que acontece, ou deveria acontecer, na generalidade de todos os empregos. Pelo menos no sector privado) creio que seria importante para reverter o estado de descredito que a classe política atravessa.

Descrédito esse que levaria, por hipótese, que nas primeiras eleições em que tal alteração fosse realizada, a uma taxa de abstenção muito elevada, que se deveria interpretar como um castigo dos eleitores à classe política como um todo. Esse facto não deveria impedir a realização desta alteração eleitoral. Tratar-se-ia da primeira etapa na necessária retoma de confiança de que tanto se fala.

Por isso mesmo peguei nos reslutados eleitorais de 2005 e refiz o parlamento se a abstenção (mais brancos e nulos) fosse um partido como os outros. Os resultados são os seguintes (em parentesses os lugares atribuidos na realidade):

PS: 72 deputados (121)
PSD: 44 deputados (75)
CDU: 6 deputados (14)
CDS: 5 deputados (12)
BE: 4 deputados (8)

Nota: estes resultados são obtidos usando a regra de hondt e os círculos distritais.

Como se vê, as perdas são generalizadas e afectam de forma mais ou menos homogenea todos os partidos. Por isso, não se prevê alterações no equilibrio partidário existente, mas tão somente, uma redução no número de representantes.

Acho que este seria um bom sitio para iniciar a reforma do sistema político.

Thursday, December 06, 2007

"I gotta have more Cowbell!!"

http://www.dailymotion.com/relevance/search/cowbell/video/xnfyp_cowbell_fun

Um classico do SNL

Coisas que so' acontecem a Portugueses ou Tailandeses

O nome nao cabe no cartao da escola. No meu esta escrito "JOAO SOBRAL DO ROSAR"

Wednesday, December 05, 2007

Alteração nos links

Altura de actualizar as moradas de dois blogues que mudaram de morada; o "Origem das Especies" e "A Causa foi Modificada", ambos agora no sapo. Também altura de apagar "O Leão da Estrela". O conteúdo tem vindo a derrapar desde há uns tempos para cá e nesta altura atingiu o nível de sargeta. Adeus, portanto.

Monday, November 26, 2007

O meu paper na world wide web

Vejam lá isto:

http://www.portfolio.com/views/blogs/odd-numbers/2007/09/28/how-to-watch-mad-money

Weapon of Mass Destruction

Na semana passada recebi o seguinte email:

"Date: Tue, 20 Nov 2007 09:22:55 -0800 [11/20/07 09:22:55 PST]

From: xxxxxxxxx
To: xxxxxxxxx, rosario@econ.ucsb.edu, xxxxxxxxxxx
Cc: xxxxxxxxxxxx

Subject: NH2037-remove gas can

Hi guys,During the safety inspection yesterday, the fire marshall requests the EMPTY gas can be removed from NH 2037.

Thanks

xxxxxxxxx"

O destaque à palavra empty, foi meu

Tuesday, November 13, 2007

"Chapeau", maradona

Dois grandes momentos do Maradona. Um post e um título.

1) o título:

"Perdemos com um jogo, agora há que perder também a equipa"

mais esta frase: "Não sou uma pessoa de me meter na vida dos outros, mas acho que o Sporting devia contratar 17 jogadores quando o mercado reabrir em Janeiro:

dois guarda-redes, um defesa direito, um defesa esquerdo, três centrais, dois trincos, 4 extremos, um organizador de jogo, dois avançados e um caceteiro. Penso que não será necessário ir além disto."

2) o post:

Também tenho opinião sobre esse incidente
"Metafisicamente" falando, tenho precisamente a opinião contrária à do Luis, expressa neste post. Gostei da revolta do Bourbon contra o Índio. Já vou sentindo a falta de alguém capaz de mandar calar o "índio". Por isto e por aquilo, não se pode: que lhes ofende a dignidade, que são oprimidos, que são pobres, que são fracos, que depois não votam em nós. Detestei a falta de coluna (a vaidade, no fundo era a vaidade) do Zapatero (muito embora tenha apreciado a observação inteligente - "ordem em tom de pergunta" - do Filipe Nunes Vicente), com o cuidado de dizer que não há quem esteja mais afastado de Aznar que ele (mas admito que isto seja mania da perseguição). Depois há o caso do Daniel Oliveira, que vive abcecado em arranjar na direita contrapontos aos vilões da esquerda. Fala-se em Chavez, vem Bush. Fala-se em Fidel, vem Pinoche. Quando não as fotos dos apertos de mão oficiais. Não percebo a vantagem deste exercicio a não ser que não se tenha mais nada na manga. O maior problema de Fidel não é a sua ditadura, é a pobreza a que sentenciou o seu povo. O maior problema de Chavez não é o querer ser ditador ou tocar os píncaros do populismo, é ser anti-capitalista. É por isso que Bush e Chavez não são comparáveis: porque o primeiro - apesar da industria que se formou à conta da sua iniquidade - defende um sistema que tem a tendência para enriquecer as pessoas, e o outro defende um sistema que tende a empobrecer as pessoas, que luta contra as multinacionais, os ricos, contra quem tem dinheiro e contra quem tem poder, independentemente de isso ser justo ou útil. Eu sei que o Fukuyama não é muito bem visto, mas a verdade é que ninguém põe em causa, em nenhuma parte do mundo, as vantages da liberdade de expressão, da liberdade politica, da democracia, dos direitos do homem, etc, etc, etc. O mais parvo dos cubanos não acredita na "democracia cubana" de Fidel e Fidel sabe que o mais parvo dos cubanos não acredita no que ele diz; e é bastante provável que o mais sanguinolento dos ditadores em actividade esteja à frente de um país com os vocábulos "democracia" e "popular" e que de vez em quando simule umas eleições. Mas ninguém tem dúvidas sobre o mínimo que se deve exigir a um país razoável e decente. O que se discute e o que levanta os ânimos, por esse mundo fora (quando não cá em casa), e o que de facto estava em causa na troca de palavras entre o Rei e Chavez era, ainda e sempre, a eternamente renovável Utopia de esquerda contra o Capitalismo. O Rei espanhol deu um grito de desespero, um grito que eu queria ver mutiplicado por esse mundo fora: contra todas as utopiazinhas de esquerda que por aí espreitam, por todas as frestas do capitalismo (que são muitas, reconheça-se). É que essas utopias, ao contrário dos deficits controlados, bancos centrais, instituições financeiras, multinacionias com lucros "obscenos" e restante tralha (como as guerras que o capitalismo americano patrocina), vendem-se como paezinhos quentes, sem necessidade de argumentos, sem necessidade de publicidade, sem necessidade de lideres inteligentes ou sequer de factos: só de gente desesperada. Tenham uma boa noite.

Friday, November 09, 2007

Um "Ruço" em Santa Barbara

Quando falo português, a mais comum previsão que se faz por aqui é que estou a falar em russo. Já me tinha apercebido da semelhança de sons e, principalmente, de quão bem um russo, ou um eslavo em geral, consegue falar português.

A primeira vez que me apercebi desse facto foi no INSEAD quando estava a falar com um colega do José Miguel Gaspar. Falávamos em português, sem nos termos apresentado um ao outro. Estava para lhe perguntar de onde em Portugal ele era quando ele me diz que era de Moscovo e que tinha aprendido português no liceu. Fiquei pasmado.

Por cá, conheço outro russo que fala um bom português. Ele viveu uma temporada no Brasil, onde, acho, vive o resto da familia dele. Um dia falávamos no UCen e fomos interpelados por uma senhora que nos perguntou que lingua falávamos. Dizia ela que parecia russo, mas tinha palavras espanholas no meio.

Outras vezes com a Sofia, também nos aconteceu algo de parecido. As pessoas ficam muito surpreendidas que seja uma lingua latina, tão parecida com o espanhol e que soe tão diferente. Inclusive o nosso sotaque inglês.

Neste quarter, um dos meus colegas que está a dar a cadeira comigo disse-me que tinha alunos a perguntar pelo outro TA russo. Ele a principio não sabia quem poderia ser, mas como os outros dois TAs são chineses, claramente não eram eles. Ele concluiu que só poderia ser eu.

Eu sei que não tenho a morfologia típica portuguesa, mas pensarem que sou russo... Recorda-me os primeiros tempos em Bruxelas em que por alguns meses as pessoas pensavam que era austriaco, porque nos primeiros dias apareci com uma swetshirt a dizer Vienna.

Outro episódio aconteceu há uns dias atrás. O meu housemate Markus, alemão, tem uma namorada russa, atenção. Estava na sala a ouvir o relato do Sporting v Naval quando ele me pergunta se estava a ouvir alguma radio russa.

Thursday, November 08, 2007

Trocava-os a todos por outros tantos iguais a este

Se ha' coisa que, percorrendo os blogues sportinguistas, cheguei `a conclusao e' que, com honrosas excepcoes, temos uns adeptos pessimos.

A forma como atacam jogadores, treinadores e dirigentes e' de quem nao gosta do clube, apenas gosta de si proprio. Aparentemente temos a obrigacao de ir a Roma ganhar. Temos a obrigacao de manter os melhores jogadores apesar dela de fora lhes oferecerem mais e precisarmos de dinheiro para manter o clube a funcionar. Os jogadores teem a obrigacao de recusar ganhar o dobro ou o triplo (ou mais) do que ganham e manter-se no clube (gostava de ver se os proprios teriam tamanha lealdade).

Nao interessa que o campeonato em que joguemos e' um campeonato falido sem receitas significativas.

Miudos de 18 anos sao supostos jogar como jogadores de 28, com a estaleca imediata de alguem que ja jogou 150 jogos no campeonato nacional e 50 na liga dos campeoes. Se nao entra de imediato na equipa e joga a altissimo nivel, Fatima ou Casa Pia com ele. Viram apenas 5 minutos e ja perceberam se e bom ou mau. Nao interessa se nunca o viram treinar, e se a opiniao de quem o viu crescer e o acompanha diariamente e outra. O que e' que essa gente sabe, afinal?

E' despedir este, contratar aquele, encostar este, castigar o outro. Nao interessa.

E' o lancar suspeitas, sobre o caracter, honestidade de dirigentes e jogadores.

O clube e' o escape das suas frustracoes e pequenas vidas . E' gente que nao percebe o processo continuo que e' o desporto e a contrucao de uma equipa e jogadores. E' gente que teria ja' despedido o Arsene Wenger e o Alex Ferguson. que lhes teria feito uma espera e chamado todos os nomes possiveis.

E' gente que nao merece as pessoas que o clube tem, as pessoas que trabalham na formacao, os Aurelios Pereiras e todos os outros. Para eles a Academia e' so para encher a boca.

Se os pudesse trocar a todos esses por outros tantos iguais a este espanhol, era ja agora:

"El fútbol es así de cruel. Trabajas la cantera con mucho mimo y sacas constantemente jugadores talentosos y de primer nivel. Se te los llevan. No importa: tienes en tu academia a chavales que pueden sustituirlos. Vuelves a empezar. Les das la alternativa en el primer equipo, les vas dando minutos para que maduren. Se convierten en titulares. El equipo funciona. Te metes en la Champions, siendo incluso mejor que un vecino que apuesta más por el talonario. Compites, le juegas de tú a tú a un equipo inglés que se te llevó a dos extremos excelentes a los que ahora admira todo el mundo. Te ganan, porque tienen más pegada, aunque esa pegada la hayas fabricado en tu casa. Bueno, qué se le va a hacer. Levantas la cabeza. Vas a Italia, juegas un partido digno pero vuelves a perderlo. Nada, otro día será, aún hay opciones. Ya vendrán esos romanos. Y vienen. Sacas un equipo atrevido, con mucha calidad, un equipo construido para ganar. Pero te la meten en la escuadra en el primer disparo a puerta. Te levantas, tus chicos son jóvenes pero también guerreros. Dominas, chutas, mereces remontar. Y lo consigues. Saboreas la gloria, un triunfo que te vuelve a dar vida, que alimenta tu sueño. Ya casi lo tienes, último minuto. Ellos ya no saben qué hacer, chutan desde su casa. Quieres evitar el gol, tu central la toca con la cabeza. No, no puede ser. Se mete para dentro. No, ¡horror! Empate, average perdido. Eliminación virtual. El fútbol es así de cruel."

Fonte: http://planetaaxel.blogspot.com/

E claro que esses adeptos se lessem isso nao perceberiam uma palavra do que aqui esta escrito. Para eles so' percebem que os jogadores lhes roubaram uma vitoria. Os malandros.