"Joal" in Santa Barbara

Friday, December 08, 2006

O copy and paste continua...

O Pedro Arroja regra geral so diz asneiras, mas desta vez esteve muito bem. Entao para que possamos contar aos nossos netos que isto aconteceu, ca vai:

No blog ablasfemia

"Provavelmente uma das marcas de carácter mais salientes de uma população possuindo uma longa tradição de liberdade é o sentimento de simpatia que cada cidadão nutre pelos seus concidadãos. Este sentimento de simpatia, que conduz cada homem a colocar-se na situação do outro, induz um sentimento de solidariedade espontânea entre os cidadãos, que constitui uma barreira, quase sempre intransponível, contra qualquer tentativa de abuso por parte dos poderes do Estado.

Porém, para o observador externo da sociedade portuguesa, uma das constatações mais imediatas, e uma das mais surpreendentes, é a de que os portugueses não gostam uns dos outros. Exceptuando-se a si próprio, a sua família e o seu núcleo restrito de amigos, o cidadão português não gosta dos seus concidadãos. Não me alongarei aqui a exemplificar este traço do carácter português, que se exibe em qualquer conversa pública ou privada, bastando talvez recomendar a leitura das caixas de comentários deste próprio blogue.

A razão para este traço de carácter da população portuguesa reside numa tradição secular de vida em sociedade onde o valor da liberdade nunca pontificou e que, pelo contrário, foi marcada predominantemente pelo autoritarismo e pelo despotismo. Três décadas de vivência democrática não chegaram para o alterar e, na minha opinião, nem sequer existem sinais de qualquer melhoria. Ao invés, a democracia possui o potencial para o acentuar.

Séculos de regimes autoritários e frequentemente despóticos em Portugal não poderiam produzir outro resultado. Como notou Tocqueville, um déspota tolera que os seus súbditos não gostem dele, aquilo que ele não pode tolerar é que os seus súbditos gostem uns dos outros. Na realidade, o sentimento generalizado de simpatia e solidariedade espontânea entre os seus súbditos seria a condição suficiente para o apear do poder.

Este traço do carácter português - e de todos os povos que viveram longos períodos da sua história sob regimes despóticos - torna toda a liberdade uma experiência precária. Hoje, o Estado comete um abuso sobre um certo grupo de cidadãos. Numa sociedade em que ninguém gosta de ninguém - excepto de si próprio, da sua família e dos seu grupo restrito de amigos - os outros toleram o abuso e até o aplaudem. Amanhã, o grupo de cidadãos abusados será diferente, mas o processo é o mesmo: entre os outros, ninguém levanta a voz e, frequentemente, até encorajam os agentes do Estado a cometer o abuso e os felicitam por isso.

A prazo, este processo não pode senão conduzir ao despotismo, e a democracia não é defesa contra ele. Na realidade, a democracia é até o seu agente, porque a nova forma de despotismo aparece agora legitimada por eleições populares".

John Stewart e o maradona

Isto a proposito de uma conversa que tive com o Bernardo aqui `a uns tempos.

Nota 1: Eu gosto do John Stewart e do daily show, mas ha um tempo para ca tm me estado a incomodar a notorio enviesamento da sua analise. Outra coisa que nunca gostei dele e' que ele toma o papel de comentador politico serio e diz para as pessoas :"Oicam-me e facam como eu", mas quando e' criticado diz: "O que estas a dizer? Eu nao passo de um comediante". Um bocado cobarde, parece-me.

Entao no acausafoimodificada:

"... Mas o que mais me aborreceu foi a declaração do "propósito cívico" comum a Leno e Jon Stewart (esqueci já o lapso de incluir junto a estes dois génios o Conan). Leno não tem "propósito cívico" absolutamente nenhum! Leno vive para a piada, onde quer que ela esteja, independentemente da fonte, do alvo, do efeito. Jon Stewart tem um objectivo e uma agenda pessoal, que ele, misteriosamente, acha que coincide com o bem da humanidade (e quem tiver uma visão diferente não está a lutar pelo avanço da humanidade e dos americanos em direção ao céu, como ele deixou bem demonstrado na triste figura que obrigou toda a gente a fazer quando simulou ir ser entrevistado àquele outro programa da CNN, quando afinal ia só para dar uma lição de moral, e dizer que, só ele, que estava contra Bush e contra o poder e contra a guerra, é que estava bem, e que eles, bushistas, estavam a prestar um mau serviço ao mundo, ao jornalismo, etc).

No outro dia foi um democrata qualquer que escreveu um livro qualquer ao Jon Stewart. O livro, na essencia, e o pensamento da besta, em mais do que a essencia, explodia em todas as direcções com a mais pura xenofobia, manifestando-se politicamente na luta pela total autosuficiência da economia americana (Salazar), com os habituais apelos a comprar americano, as corriqueiras observações aos indianos e chineses que roubam empregos aos americanos, etc e tal. Por acaso afiou a lingua Jon Stewart? Claro que não. Aquele homem e mais o seu livro estavam ali para lutar contra Bush, não para ser gozado e desmascarado na sua evidente xenofobia e nacionalismo da pior espécie.

Leno não tem, nem de perto nem de longe, esta arrogância e sobranceria, pelo que lhe seria impossivel utilizar o seu dom humoristico para aliar-se a um patife tendo como objectivo a derrota de outro patife. Sendo os dois absolutamente sobredotados, parece-me que Leno está a milhas de Jon Stewart no correcto entendimento que tem do génio humoristico como arma politicamente perigosa (e, no limite, desonesta), pois com facilidade uma boa piada ultrapassa a necessidade do usso da razão de cada um, ajudando mais a deixar impensados caminhos que poderiam ser os nossos do que a fomentar o exercicio da inteligência às nossas visões e decisões no mundo.

Jon Stewart e Jay Leno. Dois génios do humor, sem espinhas. Mas quanto a civismo cívico (digamos assim, uma vez que já estou com sono), Stewart teria muito que aprender com Leno, mas calculo que se sinta bem demais com ele próprio para evitar estar constantemente a exibir a excelente pessoa "cívica" que é."

Lapidar, acho.

Wednesday, December 06, 2006

É oficial

Estou f*****!

Sunday, December 03, 2006

Semana Desportiva

A semana desportiva acabou numa nota elevada. Depois do descalabro de sexta feira, este domingo as coisas melhoraram um bocado de figura.

A UCSB sagrou-se campeã nacional de futebol. Derrotámos a UCLA 2-1 e este foi o primeiro título para o programa na sua história. E isto numa época em que nada o fazia prever. A equipa ainda estava num processo de reconstrução, após a grande equipa de há dois anos atrás, que perdeu a final nos penalties. Este ano ninguém esperava chegar sequer ao torneio de fim de época (após um começo miserável com 7 vitórias e 6 derrotas, incluindo uma em casa contra UCLA por 3-1). Mas um final de época permitiu o convite no torneio, apesar de não ser cabeça de série.

quanto ao jogo,deu em directo na televisão, e foi curioso de ver duas equipas do sul da califórnia a jogar rodeadas de neve e com -5 graus. O comentador, o Eric Wynalda, acho que era antigo aluno da UCLA e dava para perceber.

A UCSB dominou o jogo razoavelmente à vontade. Ao intervalo estava a vencer 1-0 e tinha atirado duas bolas ao poste. Quanto a ocasiões de golo dos "Bruins", nem ver. Na segunda parte, marcámos logo o segundo golo e tudo estava mais ou menos tranquilo até que os nervos de final de jogo começaram a imperar e o guarda-redes ofereceu um golo a 11 minutos do fim. Uns calafrios até final, mas o marcador não se alterou.

Bernardo, sempre vais ter de esperar mais um bocadinho até ao título 100 da tua universidade...

Em relação ao futebol universitário apenas umas notas sobre as diferenças em relação ao futebol FIFA, que como purista me desagradam. O número de substituições é ilimitado. E os jogadores podem sair e entrar novamente (para ser rigoroso, se um jogador sair na primeira parte só pode voltar na segunda e, se sair na segunda ainda pode voltar a entrar mais uma vez). E há m tempo de descanso a meio de cada parte (essa deve ser para publicidade, concerteza).

A unica coisa engraçada é o facto do cronómetro ser comandado pelo árbitro à vista de todos. O tempo corre en contagem decrescente no marcador electrónico e o árbitro tem o poder de parar o tempo (quando há substituições, pausas para a equipa médica, cartões). Assim no fim o público faz a contagem dos últimos segundos, 5, 4, 3, 2, 1, VITÓRIA!!!!!!

Friday, December 01, 2006

Duas visões diferentes do mundo

Alistair Heath, no "Spectator":

"The world is richer and healthier

For billions of people around the world, these are the best of times to be alive. From Beijing to Bratislava, more of us are living longer, healthier and more comfortable lives than at any time in history; fewer of us are suffering from poverty, hunger or illiteracy. Pestilence, famine, death and even war, the Four Horsemen of the Apocalypse, are in retreat, thanks to the liberating forces of capitalism and technology".

José Casanova, no "Avante"

"O desaparecimento da União Soviética que, há quinze anos atrás, culminou a derrota da primeira grande tentativa na história da humanidade de construção de uma sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração, constituiu uma tragédia civilizacional com profundas e trágicas repercussões - repercussões na situação dos trabalhadores e dos povos à escala planetária, na paz mundial, no movimento comunista internacional.

Já as consequências da derrota, essas são visíveis a olho nu – pelo menos para quem não seja (ou não seja pago para ser) cego: em comparação com o tempo em que existia a URSS e a comunidade socialista do Leste da Europa, o mundo é, hoje, menos livre, menos democrático, menos justo, menos fraterno, menos solidário, menos pacífico".